Museu Municipal

MUSEU MUNICIPAL DR. JOAQUIM ERNESTO COELHO

 

Nas palavras de dona Fúlvia Carvalhais de Freitas (1917 – 2010), professora, escritora e pianista monte-santense: “… Um fato, porém é necessário aqui ressaltar: a ideia da criação de um museu em Monte Santo, ideia está que está sendo entusiasticamente levada avante, nos dias atuais, não é nada realidade muito recente. Ela foi lançada, há muitos anos, pelo dr. Brasiliano Santana, quando assumiu ele a direção de nosso principal educandário. E os corredores de nossa escola testemunharam o interesse que tal ideia despertou na alegre juventude que por ali passava.

Foi nessa época (1952), por conseguinte, o lançamento de tão preciosa semente, que só agora, anos e anos depois, começa a germinar…” (‘A história do museu’, artigo publicado na Folha de Monte Santo, ano I, número 06, página 03, em 30.08.1985).

A ideia da construção do museu municipal ganhou força de fato num jantar no dia 28 de outubro de 1986, oferecido pela Prefeitura, em homenagem aos professores. Neste evento estavam presentes o prefeito municipal, Carlos Alberto Paulino da Costa e o professor-doutor José Ferreira Carrato (1914-1996), que aproveitou a ocasião para registrar em ata a importância de tal obra. Com aval e apoio incomensurável do prefeito Carlos Alberto Paulino da Costa, iniciou-se a reforma do prédio destinado ao museu.

Sua inauguração aconteceu em 26 de junho de 1988, através de uma exposição histórica denominada ACERVO CULTURAL DAS GERAÇÕES MONTE-SANTENSES. Foi graças ao professor José Ferreira Carrato, que doando grande número de documentos, jornais, cartas e fotografias, tudo de valor incalculável para o nosso município, e que ele vinha obtendo e guardando desde a década de 1940, com muito zelo, é que se pôde iniciar o patrimônio histórico do Museu Municipal, a que se seguiram doações importantes das antigas famílias monte-santenses. Cumpre-nos ressaltar o dedicado trabalho das senhoras dona Nilda Machado Parisi Ribeiro, dona Maria Zélia Mafra Pereira de Mello, dona Marlene Félix Pucci Palacini, dona Fúlvia Carvalhaes de Freitas, dona Maria Estela Ernesto Espósito e dona Teodora Victório.

No ano seguinte, a consolidação do museu se deu através do projeto-lei número 903, de 15 de junho de 1989, sancionada pelo prefeito Sebastião de Castro Teixeira (1926-2000) e a abertura à visitação pública aconteceu no dia 25 de junho de 1989. Foi escolhido para patrono do museu o “Dr. Joaquim Ernesto Coelho”. O museu continuou aberto por alguns anos, quando a administração pública da época resolveu fechá-lo para utilização do prédio para outros fins.

O museu só seria reaberto em 22 de dezembro de 2016, com utilização apenas dos espaços da parte superior do prédio. A administração do prefeito Paulo Sérgio Gornati, viu a necessidade de reorganização do espaço, catalogação dos documentos e de todo acervo. Devido a isto foi reaberto no dia 08 de setembro de 2017 e se encontra à disposição da população para visitação e pesquisa.

 

O PATRONO

Dr. Joaquim Ernesto Coelho nasceu em Monte Santo de Minas, filho de João Ernesto Coelho (farmacêutico formado em 1888, pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro) e de dona Stella Gomes Ribeiro. Foi batizado no dia 30 de maio de 1897, com 78 dias de idade. Iniciou seus estudos no Colégio Espírito Santo, do major Américo Benício de Paiva e após o término dos estudos em Monte Santo de Minas, seguiu para Itajubá, MG onde concluiu o ensino secundário. Ingressou na Faculdade Federal de Medicina, do Rio de Janeiro, onde formou-se em medicina, em 1918. Retornou à Monte Santo, onde abriu seu consultório médico, onde atendia a todo indistintamente. Porém, foi na educação que se dedicou a maior parte de sua vida. Foi professor quando da criação da Escola Normal Oficial “Américo de Paiva”, em 1932, (posteriormente assumiu a direção desse estabelecimento de ensino, permanecendo no cargo nos anos de 1947 e 1948 e encerrando sua carreira no magistério em 1952).

A partir de 1939 atuou também como colaborador efetivo do jornal “O Monte Santo (Nova Fase)”, onde era colunista e divulgava suas produções, levando aos leitores credibilidade dos fatos ancorados numa visão de um mundo real. Era um intelectual, conhecedor profundo da realidade do nosso povo, um leitor voraz e especial por temas relacionados a literatura, valendo-se disso, em 1942, juntamente com Elpidio Alves e José Tigani, redigiram e publicaram o Anuário de Monte Santo, trabalho muito bem escrito, com muitas informações diversificadas e fartamente ilustrado sobre os municípios de Monte Santo, Arari (hoje Itamogi) e Arceburgo. Em 23 de julho de 1945, tomou parte na fundação do Partido Social Democrático. Foi casado com dona Ondina Luz, deixando geração desse consórcio.

 

Fonte: Revista Comemorativa dos 200 anos de Monte Santo de Minas

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